Análise: Mass Effect 2
Uma aventura intergalática interativa? Uma ficção científica cheia de aliens, diálogos e recompensas? Um game que mescla tiro, ação e RPG em um pacote com altos valores de produção? Ou uma peça de entretenimento eletrônico que lhe dá a chance de conviver com personagens psicologicamente “profundos”, explorar planetas, coletar recursos e construir uma carreira de comandante num futuro bastante interessante?
Seja qual for o rótulo que você escolha, vai perceber que estamos diante de mais um jogo que vai entrar em listas de melhores do ano e gerar discussões idiotas por causa da nota que você vê ali no canto.
Mass Effect 2 é, afinal, um universo peculiar, que faz você se sentir em casa e ter motivação para explorar cada centímetro de vácuo. Construído com base na relação entre os personagens – estejam eles conversando ou explodindo uns aos outros -, o game da BioWare entrega o que prometia: grande história, bons diálogos, ação intensa, cenários marcantes. E, claro, uma ponte para o prometido terceiro episódio da trilogia.
Juntando as peças
É possível importar seu personagem do primeiro jogo (desde que você tenha terminado), recuperando traços do antigo personagem e atualizando algumas das consequências que resultaram de atitudes anteriores. Aliás, se você não jogou o primeiro ME, trate de fazê-lo, em nome da história. Também será possível, no terceiro jogo, importar o “save” de Mass Effect 2.
Você ainda é o (ou “a”, dependendo de suas escolhas) comandante Shepard, que passa por um grave acidente, mas consegue se recuperar. E entre a linha anterior e esta se passam alguns bons minutos de quebradeira, decisões importantes e tiroteios bastante meigos.
Para não estragar: as coisas se complicam, Shepard é recuperado e passa a trabalhar para uma empresa que é o equivalente maligno do Mcdonalds ou de algum grande veículo de comunicação. A partir daí é com você.
Formar sua equipe, explorar planetas, estudar o “codex” com informações úteis sobre o universo, conversar com todo mundo, aceitar ofertas, recusar missões secundárias. Ou comprar upgrades.
Maior, melhor, mais inteligente
Assim como em Gears of War 2, Uncharted 2 e Assassin’s Creed II, ME 2 implementa melhorias de precisão cirúrgica que resultam numa experiência geral muito mais agradável que no primeiro jogo.
Tiros mais autênticos, armas de verdade, danos realistas, explosões convincentes, experiência de jogo mais fluida: aí está a lista que você queria.
Um universo mais vivo, seja na arquitetura, nas cores e até no “mecanismo automático de abrir as portas que interessam”. É um grande passo adiante na série, e que pode ser aprimorado com mais dedicação no terceiro episódio.
A exploração espacial adquire status de minigame ao estilo “Spore”, na falta de melhor referência. Você administra combustível e sondas da nave, enquanto viaja de planeta a planeta extraindo recursos, pousando para explorar ou simplesmente coletando informações.
Nessa aventura aparentemente sem limites, você vai se importar com outros personagens, vai querer ajudar (ou atrapalhar), vai gerenciar recursos e ter controle sobre as missões. Em resumo, é um jogo de tiro com aliens que desenvolve motivação e raciocínio – um argumento equilibrado, ok?
Grandiosidade com limites
Tudo em Mass Effect 2 pede para ser explorado, descoberto, investigado. A integração entre os elementos, desde o roteiro até as texturas do mapa, funciona tão bem que é difícil se cansar do jogo. Mas os problemas existem, embora não justifiquem prisões ou correções via download.
A liberdade de escolhas não é tão livre assim, e você pode se ver em situações de conflito, podendo escolher entre 2 opções de frases para resultar em... uma mesma ação.
A interpretação dos personagens, apesar de mais natural que no jogo anterior, ainda se equilibra um pouco entre o artificial e o sério demais. Aqui, o humor acontece involuntariamente, o que é triste.
As motivações de Shepard não ilustradas com fidelidade irrepreensível, como você vai perceber em algumas interferências “suaves” ou “bruscas” que você pode acionar entre alguns diálogos importantes.
Mas o universo está aí, e ele vem melhor do que antes. Cabe a você explorar, tomar decisões, explodir quase tudo e ainda tentar não ferir os sentimentos de um ou outro pedaço de vida virtual. Quando tudo terminar, comece suas especulações sobre o que virá em Mass Effect 3 – pode ser gigantesco, assustador ou apenas mais uma boa continuação dessa série de ficção científica cheia de aliens camaradas.
Nota: 8
Número de jogadores:
1 Jogador
Desenvolvedor:
BioWare
Distribuidor:
Electronic Arts
Lançamento:
2010
ESRB:
Mature
Plataforma:
PC, X360
Suporte:
ND
Genero:
RPG
Fonte: GameTV