O secretário da Defesa do Reino Unido, Liam Fox, pediu ontem a varejistas que boicotem "Medal of Honor", próximo jogo da famosa franquia de tiro em primeira pessoa que dá aos jogadores a opção de assumir personagens do grupo radical islâmico Taleban.
"Através das mãos da Taleban, crianças perderam seus pais e esposas perderam seus maridos", diz o revoltado Fox, que explica o pedido de boicote "Estou desapontado e irritado. É difícil acreditar que algum cidadão de outra pátria pense que é aceitável recriar os atos violentos do Taleban contra os soldados britânicos".
Em resposta, a produtora do jogo, Electronic Arts, comentou o assunto em entrevista ao jornal britãnico Sunday Times. A empresa afirma que o produto reflete o fato de que em todo conflito há dois lados, e que as crianças convivem com brincadeiras envolvendo mocinhos e bandidos desde pequenas. "Se em um jogo infantil há uma polícia, sempre haverá também alguém brincando como o ladrão", complementa.
Apesar da opinião de Liam Fox, a polêmica envolvendo a modalidade multiplayer de "Medal of Honor" divide opiniões entre o governo britânico. Um porta-voz do Departamento de mídia, cultura e esportes afirma que "a opinião do Dr. Fox é somente um ponto de vista pessoal" e exatamente por questões delicadas como esta que o jogo recebeu a censura de 18 anos no país, dando aos adultos a liberdade necessária para escolherem se desejam ou não comprar o jogo.